Se pararmos para olhar o universo à distância, veremos que em seus primeiros momentos ele era bem simples, era um espaço cheio de matéria, algo sem caracteres ou características. Era o que na mitologia Hindu se chama de “Turiya” – palavra que descreve algo como “sem atributos”. Leva tempo para ocorrer uma transformação em reinos mais criativos. A pré-condição para a criatividade é o desequilíbrio, o que os matemáticos atualmente chamam de Caos. Através da vida do universo, à medida em que caíam as temperaturas, surgiam estruturas compostas cada vez mais complexas. A partir do estado de fecundidade criativa, manifestava-se mais criatividade. O universo é uma máquina de fazer arte, um motor para a produção de formas cada vez mais novas de se estar conectado, e da justaposição cada vez mais exótica de elementos díspares.
Cada artista é uma antena para o Outro Transcendental. Enquanto seguirmos com nossa própria história para dentro disso e criarmos confluências únicas de nossa singularidade e sua singularidade, nós criamos coletivamente uma flecha a partir da história, do tempo, talvez até a partir da matéria, a qual vai redimir a ideia de que os humanos são bons. Esta é a promessa da arte, e sua realização nunca esteve tão perto do momento presente.
Teoria Musical VI: Tríades e Campo Harmônico Maior
Quanto ao campo harmônico diatônico, há muito a ser dito. Primeiro os acordes serão explicados:
Um acorde é formado, na música tonal, por um empilhamento de terças. Um empilhamento de 3 terças formará uma tríade, que pode ser também encarada como uma fundamental com terça e quinta. No caso da tétrade, serão 4 terças a serem empilhadas, terça quinta e sétima. Por enquanto, trabalharemos exclusivamente com tríades. As tríades são subdivididas em:
Maior
formada por terça maior + terça menor / terça maior e quinta justa – a cifra é C
menor
formada por terça menor + terça maior / terça menor e quinta justa – cm
Aumentada
formada por terça maior + terça maior / terça maior e quinta aumentada – C+
diminuta
formada por terça menor + terça menor / terça menor e quinta diminuta – Cº
A tríade maior e menor terão uma atenção especial, uma vez que serão usadas com mais frequência.
Agora, podemos aplicar esse conceito de tríade à escala de Dó Maior:
T T S T T T S
dó – ré – mi – fa – sol – lá – si
C – D – E – F – G – A – B
I II III IV V VI VII
Primeiro, aplicaremos ao I – C E G
fundamental – Dó
terça – Mi
quinta – Sol
Formamos assim o acorde de Dó Maior.
agora, passaremos ao acorde de II – D F A
fundamental – Ré
terça – Fá
quinta – Lá
Aqui temos uma peculiaridade. Como visto nos intervalos, Ré – Fá é uma terça menor, o que formará um acorde de ré menor. O sistema de empilhamentos de terças se repetirá até o sétimo grau:
III – E G B – mi menor
IV – F A C – Fá Maior
V – G B D – Sol Maior
VI – A C E – lá menor
VII – B D F – si diminuto
Aqui surge um acorde diferente: o acorde diminuto. A terça é menor e a quinta diminuta, como podemos ver B – D é uma terça menor e D – F também é terça menor.
Agora temos o campo harmônico do modo maior de Dó:
C dm em F G am bº
Podemos extrair uma lógica por traz dessa construção que se aplicará a todos os campos harmônicos maiores:
I – MAIOR
ii – menor
iii – menor
IV – MAIOR
V – MAIOR
vi – menor
vii – diminuto
Vamos aplicar também essa fórmula em Sol Maior como forma de teste:
Primeiro escreveremos a escala – > G A B C D E F#
Agora formamos as tríades seguindo a fórmula descrita anteriormente:
G am bm C D em f#º
Para praticar, faça o campo harmônico das outras tonalidades maiores dos tons comuns ao seu instrumento. Para o violão, estes são os que temos cordas sordas em abundância, como Lá, Mi, Ré, Dó e Sol. Logo você se familiarizará com esses campos harmônicos e poderá prosseguir para as progressões harmônicas. Na próxima lição, explicarei as peculiaridades do campo harmônico menor.