Se pararmos para olhar o universo à distância, veremos que em seus primeiros momentos ele era bem simples, era um espaço cheio de matéria, algo sem caracteres ou características. Era o que na mitologia Hindu se chama de “Turiya” – palavra que descreve algo como “sem atributos”. Leva tempo para ocorrer uma transformação em reinos mais criativos. A pré-condição para a criatividade é o desequilíbrio, o que os matemáticos atualmente chamam de Caos. Através da vida do universo, à medida em que caíam as temperaturas, surgiam estruturas compostas cada vez mais complexas. A partir do estado de fecundidade criativa, manifestava-se mais criatividade. O universo é uma máquina de fazer arte, um motor para a produção de formas cada vez mais novas de se estar conectado, e da justaposição cada vez mais exótica de elementos díspares.
Cada artista é uma antena para o Outro Transcendental. Enquanto seguirmos com nossa própria história para dentro disso e criarmos confluências únicas de nossa singularidade e sua singularidade, nós criamos coletivamente uma flecha a partir da história, do tempo, talvez até a partir da matéria, a qual vai redimir a ideia de que os humanos são bons. Esta é a promessa da arte, e sua realização nunca esteve tão perto do momento presente.
Teoria Musical VIII: Tétrades no Modo Maior
Vamos continuar com o estudo teórico expandindo nosso campo harmônico para as tétrades. Tétrade, como dito anteriormente, é o acorde formado por 4 notas: fundamental, terça, quinta e sétima.
Essa formação de acorde possibilitará as seguintes derivações:
maior com sétima maior
formado por terça maior + terça menor + terça maior/ terça maior + quinta justa + sétima maior
a cifra popular será C7M
maior com sétima menor
terça maior + terça menor + terça menor / terça maior + quinta justa + sétima menor
C7
também pode ser encontrado como acorde de sétima dominante
menor com sétima maior
terça menor + terça maior + terça maior / terça menor + quinta justa + sétima maior
cm7M
menor com sétima menor
terça menor + terça maior + terça menor/ terça menor + quinta justa + sétima maior
cm7
meio diminuto
terça menor + terça menor + terça menor / terça menor + quinta diminuta + sétima menor
CØ ou cm7(b5)
diminuto
terça menor + terça menor + terça diminuta / terça menor + quinta diminuta + sétima diminuta
Cº
Como já feito anteriormente nas tríades, vamos aplicar as tétrades na tonalidade de Dó Maior:
I – C E G B
fundamental – Dó
terça maior – Mi
quinta justa – Sol
sétima maior- Si
C7M
II – D F A C
fundamental – Ré
terça menor – Fá
quinta justa – Lá
sétima menor – Dó
dm7
III – E G B D
fundamental – Mi
terça menor – Sol
quinta justa – Si
sétima menor – Ré
em7
IV – F A C E
fundamental – Fá
terça maior – Lá
quinta justa – Dó
sétima maior – Mi
F7M
V – G B D F
fundamental – Sol
terça maior – Si
quinta justa – Ré
sétima menor – Fá
G7
VI- A C E G
fundamental – Lá
terça menor – Dó
quinta justa – Mi
sétima menor – Sol
am7
VII – B D F A
fundamental – Si
terça menor – Ré
quinta diminuta – Fá
sétima menor – Lá
BØ
Então, podemos montar o campo harmônico de Dó Maior com tétrades baseado nos acordes montados acima:
C7M dm7 em7 F7M G7 am7 BØ
Desses acordes, extrairemos a regra geral para campos harmônicos maiores:
I7M – MAIOR com sétima maior
ii7 – menor com sétima
iii7 – menor com sétima
IV7M – MAIOR com sétima maior
V7 – MAIOR com sétima
vi7 – menor com sétima
viiØ– meio diminuto
O modo MAIOR das tétrades acaba por aqui.
A próxima lição será sobre tétrades no modo MENOR.