Se pararmos para olhar o universo à distância, veremos que em seus primeiros momentos ele era bem simples, era um espaço cheio de matéria, algo sem caracteres ou características. Era o que na mitologia Hindu se chama de “Turiya” – palavra que descreve algo como “sem atributos”. Leva tempo para ocorrer uma transformação em reinos mais criativos. A pré-condição para a criatividade é o desequilíbrio, o que os matemáticos atualmente chamam de Caos. Através da vida do universo, à medida em que caíam as temperaturas, surgiam estruturas compostas cada vez mais complexas. A partir do estado de fecundidade criativa, manifestava-se mais criatividade. O universo é uma máquina de fazer arte, um motor para a produção de formas cada vez mais novas de se estar conectado, e da justaposição cada vez mais exótica de elementos díspares.
Cada artista é uma antena para o Outro Transcendental. Enquanto seguirmos com nossa própria história para dentro disso e criarmos confluências únicas de nossa singularidade e sua singularidade, nós criamos coletivamente uma flecha a partir da história, do tempo, talvez até a partir da matéria, a qual vai redimir a ideia de que os humanos são bons. Esta é a promessa da arte, e sua realização nunca esteve tão perto do momento presente.
Clássicos do Choro
O projeto "Clássicos do Choro" busca preservar e difundir o choro, gênero original e tradicional da música brasileira.
A iniciativa visa apresentar a tradição do choro brasileiro de uma maneira acessível e moderna, explorando as tecnologias atuais de streaming digital em 4k, permitindo que um vasto público possa apreciá-lo com máxima fidelidade e imersão no concerto, ainda que no conforto de suas casas.
A produção será realizada com o objetivo de mostrar o choro brasileiro tradicional para o público, contribuindo para a valorização da história da música brasileira, a ampliação do repertório e o estímulo à criatividade. Além disso, o projeto pode auxiliar na educação musical, oferecendo aos estudantes oportunidades de aprendizado e desenvolvimento musical mais amplos e profundos.
Objetivo
Apresentaremos obras de domínio público de Heitor Villa-Lobos, Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Joaquim Callado, Pixinguinha e João Pernambuco através da filmagem de um programa de expressão artística, com interlúdios de comentários históricos e biográficos sobre o gênero e os compositores selecionados.
Também disponibilizamos os arranjos preparados para o grupo em um EBook, com melodia, harmonia e as linhas de baixaria do violão 7 cordas. O livro de partituras em PDF será divulgado na página do projeto no site da produtora.
A partir dessa produção, teremos a oportunidade de sedimentar o projeto para apresentar o programa ao vivo à sociedade uberabense.
Repertório:
1. Flor Amorosa (1880) (Joaquim Callado)
2. Brejeiro (1893) (Ernesto Nazareth)
3. Corta-Jaca (1895) (Chiquinha Gonzaga)
4. Tico Tico no Fubá (1917) (Zequinha de Abreu)
5. Carinhoso (1917) (Pixinguinha)
6. Choros No.1 (1920) (Heitor Villa-Lobos)
7. Sons de Carrilhões (1926) (João Pernambuco)
8. Polichinelo (1936) (Gadé)
9. Magoado (1944) (Dilermando Reis)
10. Vou Vivendo (1946) (Pixinguinha)
11. Brasileirinho (1947) (Waldir Azevedo)
🎵 Músicos
Christhian Beschizza - Violão 7 cordas
aixaria melódica e harmonia, aprofundando a sonoridade do grupo
Lucas Moacir - Violão
essencial para textura harmônica da realização das cifras e solista
Isaías Silva - Cavaquinho
instrumento muito presente no choro e contribui para a condução dos ritmos, harmonias e das melodias
Anderson Russo - Viola
Harmonia com contracantos no conjunto, acrescentando um timbre diferenciado ao som, semelhante ao bandolin tradicional
Cássio Muniz - Percussão
A percussão, composta por pandeiro e rebolo, fornece a base rítmica e o swing característico do choro.
Justificativa
Na segunda metade do século XIX, o Brasil foi o cenário do encontro de músicas europeias com sonoridades afrobrasileiras que deram origem a um novo gênero musical, o Choro. Os primeiros chorões foram músicos capazes de “amolecer” as polcas europeias, dando não apenas um sotaque brasileiro aos ritmos estrangeiros, mas contribuindo para fixar um gênero que se tornou uma das bases da música popular urbana do país a partir das últimas décadas do século XIX e início do século XX.
Um século e meio após seu surgimento, o choro segue presente na paisagem sonora brasileira, inspirando diversos intérpretes e compositores, revisitando sempre seus cânones mas sem deixar de lado as possibilidades de abertura para as novidades. Muitas composições ocupam lugares inabaláveis na memória afetiva e social e fazem com que esse gênero musical seja tomado como uma das representações mais fortes da nação no campo da arte e da cultura.
As Origens da Música Popular Brasileira: Trajetória do Choro
O choro é um gênero musical brasileiro que possui uma rica história e desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da música popular brasileira. Sua origem remonta ao final do século XIX, no Rio de Janeiro.
Um dos pioneiros do choro foi o flautista Joaquim Antônio da Silva Callado, conhecido como o "pai do choro". Ele compôs diversas peças no estilo do choro e lançou, em 1867, o primeiro livro de partituras de choro no Brasil. Callado foi seguido por grandes músicos, como Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha.
Durante o início do século XX, o choro ganhou popularidade nas rodas de música, encontros informais onde os músicos se reuniam para tocar. Essas rodas de choro se tornaram verdadeiros centros de criação musical e difusão do gênero. O choro também começou a ser gravado em discos e tocado em rádios, o que ajudou a espalhar sua popularidade por todo o país.
Nos anos 1920 e 1930, o choro passou por um período de grande transformação e influência do jazz norte-americano. Pixinguinha foi um dos principais responsáveis por essa mudança, incorporando elementos do jazz em suas composições de choro. Essa fusão resultou em um estilo conhecido como choro moderno.
Na década de 1940, o choro começou a perder espaço para outros gêneros musicais, como o samba e a bossa nova. No entanto, o choro continua sendo tocado por muitos músicos e amantes da música brasileira.
Hoje em dia, o choro é considerado um patrimônio cultural do Brasil. O gênero continua a ser apreciado e praticado por músicos de diversas gerações, e sua influência pode ser encontrada em outros estilos musicais brasileiros. O choro é uma expressão musical rica em técnica e improvisação, e sua história continua a ser escrita pelos chorões de todo o Brasil.
Portfólio
As Origens do Choro
🥁🪕 As Origens do Choro 🪕 🥁
Gravado na Casa da Cultura de Uberlândia/MG com incentivo da Lei Aldir Blanc (2021)
Repertório
1. Flor Amorosa (1880) (Joaquim Callado)
2. Brejeiro (1893) (Ernesto Nazareth)
3. Corta-Jaca (1895) (Chiquinha Gonzaga)
4. Odeon (1909) (Ernesto Nazareth)
5. Choros No.1 (1920) (Heitor Villa-Lobos)
6. Sons de Carrilhões (1926) (João Pernambuco)
7. Vou Vivendo (1941-1946) (Pixinguinha)
Christhian Beschizza
Mestre em Musicologia e Bacharel em Música (Violão) pela UFU, e Licenciado pelo Claretiano.
Especializou-se em Música Antiga, Revisão Crítica de Repertório, Produção Musical e Edição Audiovisual.
Desde 2016, é diretor do estúdio Fundação Alimento dos Deuses, desempenhando elaboração de projetos; captação de recursos; arte gráfica; composição e arranjo; gravação e tratamento de áudio; filmagem e edição de vídeo.
Desde 2017, vem trabalhando como docente nos Conservatórios de Uberlândia e Uberaba, onde é coordenador da área de violão e coordena o projeto Clássicos do Choro. Além disso, desenvolveu material didático inovador para o curso de Violão Erudito,
disponível gratuitamente em seu site.
Arthur Forattini Dias
Bacharel em Música (Violão) pela Universidade Federal de Uberlândia, onde é aluno do Prof. Maurício Orosco.
Participou da Camerata de Violões da UFU durante os anos de 2014 e 2015.
Atua em recitais e em projetos culturais na cidade de Uberlândia como solista e em grupos de câmara.
Desenvolve também arranjos e composições para violão, violino, piano, cello, coral, trios, quartetos e diversas outras formações.
Atualmente, pesquisa transcrições para violão sob orientação do prof. Maurício Orosco.
Participou de cursos e masterclasses com os violonistas Eduardo Fernández, Edson Lopes, Cainã Cavalcante, Diego Salvetti, Luis Leite e o alaudista Diego Leveric.
Gustavo Dias
Bacharelado em violino na UFU.
Gustavo atuou como docente dos Conservatórios de Uberlândia e Uberaba e na secretaria social da prefeitura de Uberlândia, foi violinista na Orquestra Municipal de Uberaba e atuou em projetos musicais diversos.
Em sua trajetória artística, Gustavo apresentou-se com diversas orquestras da região e também no estado de São Paulo. Seus trabalhos com violino são requisitados por vários grupos musicais regionais, gravando videoclipes, produções musicais e participando de diversos shows e eventos.
Tem trabalhado em parceria com a Fundação Alimento dos Deuses na produção de diversos projetos:
Rafael Alves
Músico percussionista - Performer, pesquisador e educador musical (pós-graduado em educação pelo Instituto Brasileiro de Formação), com trabalhos que vão dos Ritmos brasileiros à Percussão Contemporânea.
Iniciou suas práticas musicais na infância passando por fanfarras, Terno de Congada e pela Banda Mirim (Ituiutaba MG). O interesse profissional pela música se estabilizaria em seguida, atuando desde então como baterista e percussionista em projetos de diversos gêneros e estilos.
Bacharel em Música - Percussão Sinfônica - pela Universidade Federal de Uberlândia.
Na graduação foi bolsista de extensão na OPC – Orquestra popular do cerrado (Big Band) e membro do Grupo de Percussão da UFU. Através de suas pesquisas vem participando de eventos e festivais de música em diversos estados do Brasil, atuando em concertos e tendo aulas com renomados músicos do cenário nacional e internacional.
Atualmente é professor das classes de bateria e percussão do CEMARB - Conservatório Estadual de Música de Araguari. Ministra aulas e oficinas de percussão popular e desde 2017 desenvolve o workshop - "Bateria Universitária com formação de Escola de Samba", para baterias universitárias de Uberlândia e região.
Mikael Marcos
Professor no Conservatório de Uberlândia, onde participou de sua primeira produção em 2013, como percussionista na gravação do DVD “Um Cantinho um Violão”. Licenciado em Música - Habilitação em Percussão pela UFU, onde participa ativamente na área de Performance Musical, participando do Grupo de Percussão da UFU e da Orquestra Popular do Cerrado.
Especializou-se em bateria no jazz e desenvolve repertório solista para marimba e vibrafone.
É produtor cultural das bandas de jazz Trio Maresias, Cozinha de Fogo, J.P. China quarteto, Mateus Morbeck trio. Também produz o álbum Contemplando a Harmonia, com os músicos do Alimento dos Deuses apresentando um repertório de mantras acompanhados por dança, com incentivo do PMIC Uberlândia.