Se pararmos para olhar o universo à distância, veremos que em seus primeiros momentos ele era bem simples, era um espaço cheio de matéria, algo sem caracteres ou características. Era o que na mitologia Hindu se chama de “Turiya” – palavra que descreve algo como “sem atributos”. Leva tempo para ocorrer uma transformação em reinos mais criativos. A pré-condição para a criatividade é o desequilíbrio, o que os matemáticos atualmente chamam de Caos. Através da vida do universo, à medida em que caíam as temperaturas, surgiam estruturas compostas cada vez mais complexas. A partir do estado de fecundidade criativa, manifestava-se mais criatividade. O universo é uma máquina de fazer arte, um motor para a produção de formas cada vez mais novas de se estar conectado, e da justaposição cada vez mais exótica de elementos díspares.
Cada artista é uma antena para o Outro Transcendental. Enquanto seguirmos com nossa própria história para dentro disso e criarmos confluências únicas de nossa singularidade e sua singularidade, nós criamos coletivamente uma flecha a partir da história, do tempo, talvez até a partir da matéria, a qual vai redimir a ideia de que os humanos são bons. Esta é a promessa da arte, e sua realização nunca esteve tão perto do momento presente.
Harmonia III – Verticalidade das Vozes
Nessa lição, inciarei o estudo do livro HARMONIA FUNCIONAL, de Hans-Joachim Koellreutter. Antes dos exercícios práticos, temos alguns tópicos a serem discutidos:
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Extensão de vozes: A escrita deve ser realizada dentro dos limites internos, tendo como objetivo uma leitura e execução fáceis, visto que os externos são extensões de profissionais.
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Dobramentos: Frequentemente, somos forçados a dobrar (mesma nota [nem sempre da mesma oitava] em duas vozes) uma nota do acorde. Nesse caso, deve-se preferir dobrar a fundamental. A quinta também é uma alternativa, mas é raro dobrar-se terças. A quinta do acorde também pode ser omitida.
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Cruzamento de vozes: Por enquanto, deve-se evitar que o baixo soe mais alto que o tenor, o tenor que o contralto e o contralto que o soprano.
Esse conceito é aplicado verticalmente, não horizontalmente. Quer dizer que, no mesmo acorde, a altura das vozes não violará a relação soprano-contralto-tenor-baixo.
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Distância das vozes: As relações entre |tenor + contralto| e |contralto + soprano| não deve exceder uma oitava. Entre o baixo e tenor, não há restrições de oitava.
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Isso quer dizer que, se é usado um Dó 3 no tenor, o contralto não deve ultrapassar Dó 4. Se a escolha for um Sol 3, o soprano se limitará ao Sol 4. O Baixo poderá estar cantando um Sol 1 sem problemas.
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Posição dos acordes: É possível posicionar um acorde de várias formas diferentes:
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Movimento das vozes: Alguns tipos de movimento são proscritos na condução de vozes. É importante reconhece-los e evita-los, pois prejudicam a independência das vozes. Estes serão discutidos na primeira lei tonal, mas é importante já conhecer o movimento de vozes.